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Momento Devocional IPCC – Relacionamentos interpessoais

“O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom.” Romanos 12:9. “Façam todo o possível para viver em paz com todos.” Romanos 12:18

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A mensagem de Deus para a humanidade na Bíblia é toda centrada na palavra amor (“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” 1 João 4:8) e na pessoa de Jesus Cristo que é a expressão do amor supremo de Deus (“tanto amou o mundo”, amor supremo, dando seu único Filho Jesus Cristo) para termos a vida eterna (“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16).

Relacionamento interpessoal significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Este tipo de relacionamento  é definido pelo contexto onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar, de trabalho, de amigos ou de comunidade.

O texto bíblico do apóstolo Paulo, no livro de Romanos capítulo 12, versículo 9 e 18 destacados anteriormente, dizem respeito a este tipo de relacionamento, o relacionamento entre pessoas. Durante toda a nossa vida desde o nosso nascimento na maternidade até o nosso último momento, o momento que antecederá a nossa partida desta terra, teremos contato físico, mental, emocional com outros seres humanos. Até mesmo quando não estivermos mais por aqui, em nosso funeral teremos amigos, parentes se relacionando conversando entre si sobre a nossa existência e nossa amizade.

O conselho do apóstolo Paulo é no sentido de termos relacionamentos sinceros, baseados no alicerce do amor verdadeiro, do respeito mútuo, de se apegar ao que é bom e também para nós nos esforçarmos para que estes relacionamentos sejam saudáveis e permaneçam, conforme destacado:

(“Façam todo o possível para viver em paz com todos” Romanos 12:18).

Cada um de nós foi criado por uma família diferente, recebemos em nossa infância cuidados e educação diferentes dadas por nossos pais, que da mesma forma que nos passaram informações, também receberam informações de seus pais, nossos avós maternos e avós paternos. Durante a nossa caminhada quando crianças estivemos inseridos numa classe social definida pelas possibilidades econômicas oferecidas pelo nosso país e também por aquilo que nosso pai e nossa mãe conquistaram, de uma forma simples no Brasil, poderíamos estar dividindo de forma didática:- classe extremamente pobre, classe pobre, classe média baixa, classe média, classe média alta, classe rica, classe muita rica.

Cada um de nós possui em si mesmo uma bagagem sócio-cultural, advinda das influências recebidas durante nosso desenvolvimento até atingirmos a idade adulta e em função destas influências teremos definido nossa personalidade, nossos comportamentos e nossa forma de enxergar o mundo, conforme aquilo que vivenciamos ou não vivenciamos enquanto crescíamos em nossas famílias, conforme aquilo que recebemos ou não recebemos em nossas famílias, conforme aquilo que interagimos com nossos familiares, com nossos vizinhos, em nossas escolas, em nossas igrejas, com nossos primeiros amigos de infância e adolescência.

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Costumo chamar esta bagagem sócio-cultural, como “bagagem de vida” que é aquilo que temos no nosso interior e foi construído com base naquilo que vivenciamos em nosso passado.

Nenhum de nós consegue viver isolado. Fomos criados por Deus para sermos relacionais. 

Talvez você já tenha escutado a frase “Nenhum homem é uma ilha isolada” , do pensador John Donne, que nasceu em 1572 e viveu até 31 de março de 1631. Donne foi um poeta inglês, o maior representante dos poetas metafísicos de sua época. foi ordenado pastor pela Igreja Anglicana em 1615, aos 43 anos. Donne tornou-se capelão no final de 1615, professor de teologia na Lincoln’s Inn em 1616, e recebeu o título de Doutor em teologia pela Universidade de Cambridge em 1618.Dono de uma boa reputação, ficou conhecido como um pregador eloquente e impressionante e 160 de seus sermões sobreviveram, incluindo-se o famoso Death’s Duel sermon, feito no Palácio de Whitehall, perante o rei Charles I, em fevereiro de 1631.Acredita-se que sua doença fatal foi câncer de estômago. Ele morreu em 31 de março de 1631, sem nunca ter publicado um poema em toda sua vida, porém deixando uma obra rica em conflitos intelectuais e emocionais de sua época.

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“nenhum homem é uma ilha. John Donne”

Abaixo o trecho de seu pensamento sobre relacionamentos humanos, relacionamentos interpessoais, onde Donne, de forma magistral e metafísica escreveu esta preciosidade dizendo que não podemos como seres humanos vivermos de forma isolada, que fazemos parte de um todo maior, somos parte do gênero humano. Quando qualquer ser humano morre, devemos nos sentir diminuídos por isso, por perdermos alguém.

Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” John Donne.

Um poeta, pastor e filósofo que em um único parágrafo nos mostrou a importância dos relacionamentos e que todos somos importantes perante a raça humana e importantes uns para com os outros.

Quando alguém morrer e os sinos tocarem, eles não tocam apenas para os que morreram e pelas suas famílias, os sinos estão tocando também por você. Pense nisto, reflita: Quando o sino tocar, porque alguém morreu, você ficará com um ser humano a menos para se relacionar.

É muito importante que você sinta a morte de outro ser humano, fique triste com sua morte, mesmo que você não o tenha conhecido.

A tecnologia facilitou as nossas vidas, nossa comunicação mundial, mas ao mesmo tempo pode estar nos afastando de termos a proximidade física, contato visual, físico com outros seres humanos.

Cuidado para o teu celular não te afastar das pessoas reais, pense nisto!

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É isto que em sua essência, o pastor e filósofo Donne estava querendo nos dizer, como é importante nos relacionarmos, valorizarmos nossos relacionamentos interpessoais, termos contato visual, físico e direto com outros seres humanos, como nós.

Darmos importância para pessoas reais e não para os objetos ou coisas que temos nesta existência.

Aplicação prática:

Quando alguém se aproximar de você não o julgue pelo que ele falar, pela sua aparência, pelo que você acha ou não acha em relação a quem se aproximar.

Carregamos em nossa “bagagem de vida tantas influências, coisas boas e coisas ruins que convivemos, aprendemos e fazem parte de quem somos. Não podemos permitir que nossa visão de mundo” e nossabagagem de vida” nos impeçam de nos aproximarmos das pessoas.

Vou dar alguns exemplos:

1. Cuidado com seus “pensamentos” e o “botão de bloqueio ativado”:

Alguém está tentando se aproximar de você, te cumprimenta, te chama pelo nome. Muitas vezes estamos tão fragilizados, por relacionamentos interpessoais passados que não deram certo, que quando alguém se aproxima de nós, já ficamos com uma barreira ou pensando de forma errada: “o que esta pessoa está querendo comigo, qual sua intenção?”. Pensamos conforme nosso passado, conforme aquilo que já passamos em relacionamentos interpessoais passados e que não deram certo e automaticamente estamos com o “botão do bloqueio” ligados em nossa vida. Estamos bloqueados a novos relacionamentos. Neste exemplo específico, podemos não ser simpáticos, ou não interagirmos como devíamos com a pessoa que se aproximou de nós, porque estamos ligados no passado, a um relacionamento que não deu certo e aí já estamos com o “botão do bloqueio” ativado e não interagimos ou criamos possibilidades para este novo relacionamento acontecer, não conversamos, não procuramos nos aproximar. Lembre-se do apóstolo Paulo e do texto de Romanos 12:18 (“ter paz com todos, significa necessariamente se esforçar para se relacionar com todos”). Fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que aquele relacionamento possa acontecer.

2.Cuidado com seus “julgamentos” , “preconceitos” e “estereótipos”:

Em função de nosso passado e da nossa “bagagem de vida” ficamos julgando uma pessoa pelo seu comportamento, pelo que ela fala, pela sua aparência física e criamos barreiras em nos aproximarmos e termos um relacionamento saudável com aquela pessoa. O estereótipo é um exemplo típico de um conceito que pode nos afastar ou aproximar de outro ser humano por aquilo que julgamos, pensamos, pelos nossos conceitos em nossa mente. Vou dar um exemplo simples de um estereótipo: “você vê alguém com roupa branca e aí na sua mente você já constrói a imagem que aquela pessoa é da área médica, mas alguém com roupa branca poderá ser também um religioso de uma religião de origem africana, como poderá ser um profissional que trabalha num açougue ou numa sorveteria, e estas são apenas algumas possibilidades”. Você entendeu, às vezes nos aproximamos ou nos afastamos de pessoas por causa de nossos preconceitos, dos nossos estereótipos e isto não deve acontecer.

No evangelho de Mateus capítulo 22:37, Jesus nos ensinou a amar a Deus e no versículo 39, Jesus nos ensinou amarmos nosso próximo. O amor de Deus é relacional. Deus nos ama independentemente de quem somos. Deus pode não concordar com nosso comportamento, ou com nossa vida, ou com nossas práticas e estilo de vida aqui na terra, mas ainda assim Deus nos ama, pelo simples fato de sermos seres humanos criados por ELE, a sua imagem e semelhança. E da mesma forma que Deus nos ama e se relaciona com todos sem distinção, sem preconceitos, Deus espera que nos relacionemos com todos os seres humanos que se apresentarem diante de nós, mesmo que nós não concordemos como Deus, de seus comportamentos ou estilo de vida.

Eu posso não gostar de um estilo musical, mas eu tenho que me relacionar com quem gosta daquele estilo que eu não gosto. Posso não compartilhar e concordar com o estilo de vida e tipo de comportamento desta pessoa, posso não gostar das músicas que ela gosta, mas isto não pode me impedir de me aproximar dela, de me relacionar com ela, como ser humano.

Pense, quando Jesus Cristo esteve aqui ele não fez diferença entre as pessoas, ela se relacionava com as pessoas que se apresentavam diante dele e a partir deste relacionamento interpessoal de Jesus Cristo, estas pessoas impactadas pela sua vida, pelo seu comportamento, pelo seu amor, pelos seus milagres eram transformadas, modificadas na direção da imagem que Deus esperava de cada uma delas.

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Deus te abençoe! 

Pr. Luiz Francisco Contri

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